Onicomicose - O que é e como tratar



Numa estação em que usamos calçado mais quente e, por isso, mais húmido e abafado, fixemos esta palavra: onicomicose. Trata-se de uma condição fúngica a que os pés estão 10 vezes mais sujeitos que as mãos, e que surge nas mais variadas condições e circunstâncias, sem que estejamos à espera. Olga Ferreira, esteticista com formação em pedicure medical, esclarece as principais dúvidas, da prevenção ao tratamento.


 
Olga Ferreira
Esteticista com formação em pedicure medical


O QUE É?
 
Primeiro, a definição. A onicomicose (tinea unguium, em latim) significa infeção fúngica das unhas das mãos ou dos pés, podendo levar a condições como descoloração, espessamento ou separação do leito das unhas. “Ocorre em 10% da população, 20% das pessoas com mais de 60 anos e 50% das pessoas com mais de 70 anos”,  lê-se no estudo “Onychomicose: Tendências atuais no diagnóstico e tratamento” dos autores americanos Dyanne P. Westerberg e Michael Voyack, publicado na revista científica American Family Physician, em 2013, e focado no tratamento da onicomicose.

Noutro estudo, Chris G. Adigun, médico dermatologista no Dermatology & Laser Center of Chapel Hill, nos Estados Unidos, detalha e afirma que a onicomicose “tem maior predominância entre pessoas idosas, principalmente homens, e em pessoas com má circulação nos pés”, que sofram de doença arterial periférica, diabetes, sistema imunológico enfraquecido causado por um distúrbio ou medicamento, pé de atleta ou distrofias da unha.

Há ainda três tipos principais de onicomicose no pé, que são a onicomicose subungueal distal lateral (textura e coloração alterada por baixo da unha, de cor amarela esbranquiçada); onicomicose superficial branca (a unha desintegra-se e apresenta manchas, ficando áspera); e a onicomicose subungueal proximal (que surge no início da unha). Todas elas se caracterizam pela alteração significativa da condição estética da unha: se algum destes indícios surgir, é agir de imediato, impedindo a propagação e o agravamento da mesma. Torna-se, além de uma questão estética, uma questão de saúde.


COMO SE DESENVOLVE?




Como se manifesta, depois das condições “perfeitas” para que aconteça? “[A onicomicose] é causada por uma variedade de organismos, mas na maioria dos casos é causada por [agentes etiológicos] dermatófitos” afirmam os autores do estudo de 2013, com as restantes 10 a 15% das infeções a serem provocadas por leveduras e fungos não dermatófitos. Dermatófitos é a designação comum para um grupo de três géneros de fungos que levam a infeções em humanos (mas também em animais) chamadas dermatofitoses (Microsporum, Epidermophyton e Trichophyton para sermos mais exatos).

Há mais do que uma condição fúngica que provoca a onicomicose. Entre as mais comuns, estão as unhas naturalmente quebradiças e frágeis, a exposição à humidade e o uso de sapatos apertados. Todas elas se manifestam com alterações nas unhas, tais como o aumento da sua espessura ou o aparecimento de uma cor amarelada ou esbranquiçada na unha. Mas estes fungos também são apanhados por contágio, em ambientes propícios a tal. Olga Ferreira, refere como condições principais “a utilização de calçado plástico ou barato, com a transpiração do pé”, e também a passagem por “piscinas, praias, tratamentos como a quimioterapia ou caminhadas com mau corte de unhas.”

Seja para quem transpira muito dos pés ou para quem trabalha num hospital, sugiro sempre a troca de sapatos e de meias na saída do turno.

COMO PREVENIR?

Para evitar que a onicomicose se desenvolva, avança Olga Ferreira, devem adotar-se hábitos de higiene e conforto cautelosos. “Mudando de calçado e meias”, mas também ao “secar a humidade dos pés e apostar em sapatos confortáveis”, reforça. “Seja para quem transpira muito dos pés ou para quem trabalha num hospital, sugiro sempre a troca de sapatos e de meias na saída do turno.” Pode-se, também, utilizar produtos de prevenção para o calçado, como sprays desodorizantes ou desinfetantes próprios. Ao sair do banho, por exemplo, é importante secar bem os pés com a toalha, garantindo que ficam secos. Além de usar sempre calçado adequado e evitar andar-se descalço em sítios de muita passagem pública. São regras de ouro que se devem manter, todos os dias.


FATORES DE RISCO

        • Micose no pé;
        • Distrofia ungueal;
        • Contágio em balneários;
        • Mau calçado;
        • Hiperpressão nos dedos;
        • Desportos como natação, atletismo ou ballet;        
        • Doenças vasculares periféricas;
        • Sistema imunitário frágil;
        • Diabetes;
        • Idade avançada;
        • Coagulação;
        • Uso de acessórios para pés de outros.
 


COMO SE TRATA? É POSSÍVEL TRATAR DE VEZ?




Por fim, o tratamento. Quais são os tratamentos estéticos e a aparatologia utilizada nesta terapêutica? Perguntamos à especialista. “Pedicure com a limpeza das unhas o máximo possível; tendo em conta a ficha de anamnese, patologias, doenças, medicação”, avança Olga Ferreira. “A utilização de laser podológico ajuda no tratamento, sendo que tem que fazer a pedicure”, além de que se devem utilizar, de forma adjacente, “produtos em casa de cuidados pessoais”, esclarece. Como especialista em pedicure medical, Olga Ferreira trata cada caso com o maior rigor, com tecnologias que aceleram a morte dos fungos, embora em casa deva ser feita outra parte do tratamento, com produtos antimicóticos e cuidados especiais.

Há onicomicoses mais difíceis de tratar que outras? Olga refere que existem e que têm de ser vigiadas. “Não podemos deixar o/a paciente andar à vontade, temos de agendar a pedicure mensalmente e lembrar da importância da aplicação dos produtos em casa.” Olga Ferreira não acredita que esta pode ser uma condição permanente – há sempre solução e tratamento. ”Se houver um bom trabalho em casa na aplicação dos produtos, a vinda à esteticista, sem pintar as unhas, a recuperação é mais ou menos rápida. Estimamos que poderá levar pelo menos um ano ou até mesmo dois anos no tratamento”, assegura Olga Ferreira.


QUAIS SÃO OS INGREDIENTES CURATIVOS?




Como falamos de unhas, os ingredientes a considerar num produto que é usado nesta intervenção são, para Olga Ferreira, “óleo essencial de tea tree (melaleuca), óleo essencial de hortelã pimenta, clotrimazol, piroctona olamina, silicea, panthenol, pantenol, bisabolol e óleo gérmen trigo.” Os óleos de banana, de argão, de rícino, de alecrim e de cravo estão na lista dos que reforçam a unha, tornando-a mais resistente e saudável.



 


Artigos Relacionados

Tendências de unhas primavera / verão 2024
Unhas
Tendências de unhas primavera / verão 2024
Conheça as escolhas das marcas
Ver
Cutículas
Unhas
Cutículas
(Quase) tudo sobre o assunto
Mystic Collection: A nova edição limitada da Andreia Profissional
Unhas
Mystic Collection: A nova edição limitada da Andreia Profissional
Conecte-se ao universo com esta nova coleção
Assine já