Portugal: a escolha do profissional brasileiro



Se é brasileiro e pretende impulsionar o seu negócio em Portugal, inspire-se nestes sete profissionais brasileiros do setor de beleza e bem-estar que singraram em terras lusitanas nas áreas da barbearia, cabeleireiro, estilismo de unhas e formação.
 

O QUE O/A MOTIVOU A VIR PARA PORTUGAL?

Márcio Silva: O que me motivou a vir para Portugal, foi, desde sempre, a vontade de viver fora do Brasil e de, alguma forma, conquistar os objetivos de vida que eu tinha. Aos 21 anos aproveitei a oportunidade de ter pessoas amigas em Portugal e vim para Lisboa. Uma terra e um povo que me acolheu e onde consegui conquistar os meus objetivos. E foi no passado dia 13 de dezembro de 2022 que completei 15 anos desde que estou em Lisboa. Um lugar de onde eu costumo dizer que “daqui não saio, daqui ninguém me tira, minha rica Lisboa!”

Gustavo Galves: Qualidade de vida, mais tranquilidade.

Viviane Brito: Vim em passeio para conhecer e assim que cheguei a Portugal me apaixonei pelo país.

Thiago Maya: Foi minha mãe que me motivou. Ela vive aqui há 18 anos e então eu e minha esposa viemos para Portugal, para perto dela.

Elvis Fernandes: O que mais me motivou a vir para Portugal foi, primeiramente, poder sonhar mais alto e ter uma oportunidade ainda maior de ser um jogador profissional de futebol, isto em 2004. Visto que vim de uma cidade pequena e bastante humilde no Brasil.

Ângela Ferreira: Vim para Portugal com o objetivo de cursar uma universidade. Com o passar dos anos decidi ficar em Lisboa, como sou filha de portugueses e já ouvia os meus pais a falar sobre Portugal, facilitou a estadia e adaptação ao país e decidir estabelecer-me em Lisboa.

Caroline Carvalho: O motivo da minha vinda e do meu esposo para Portugal foi a qualidade de vida, o sonho de vencer na vida. Com o passar do tempo passamos a valorizar sobretudo a segurança. Ambos somos de São Paulo e lá a vida é caótica.

 
 
Márcio Silva
Cabeleireiro, Fundador e CEO do Márcio Beauty Center


COMO FOI O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO SEU NEGÓCIO?

Márcio Silva: Por se tratar de uma cultura diferente, o processo de desenvolvimento do meu negócio foi inicialmente demorado. Comecei por reiniciar no ramo de cabeleireiro como ajudante, para me adaptar à maneira de trabalhar cá, e fui evoluindo até chegar ao posto de cabeleireiro. Quando tive oportunidade e ajuda de uma grande amiga abri um espaço de cabeleireiro em sociedade com outra pessoa, algo que não correu bem e fiquei sem nada. Entretanto tive mais uma mão amiga, à qual sou eternamente grato, que me deu uma nova oportunidade de recomeçar e que passado um ano de esta pessoa ter iniciado o negócio com o meu nome, que já era conhecido e respeitado na zona em que estou, com o objetivo de me fazer dar a volta por cima, cedeu-me o projeto e passei a ser dono do meu próprio centro de beleza.

Gustavo Galves: Já tínhamos o nosso negócio há 12 anos, tivemos que adaptar e desenvolver um Plano de Negócios para Portugal, pensado nas necessidades e oportunidades que tínhamos cá.

Viviane Brito: Comecei a trabalhar na área da estética muito cedo (e sempre adorei), mas não foi meu primeiro trabalho em Portugal, durante 10 anos estive na área da restauração e só depois é que regressei a área da estética. Fiz algumas formações aqui e outras no Brasil.

Thiago Maya: Meu negócio nasceu em 2016, somente comigo, e no primeiro ano eu já tinha quatro colaboradores por conta do sucesso do nosso negócio, o nosso conceito era único! Posso dizer que o início foi difícil é de muito trabalho duro.

Elvis Fernandes: O processo de desenvolvimento foi lento, mas sempre em constante evolução. As barbearias em Portugal têm evoluído muito e os clientes contribuem para que isso aconteça, têm cada vez mais cuidado e atenção com a sua aparência.

Ângela Ferreira: Não foi muito difícil. Já tinha experiência na área, tendo em conta que minha mãe é cabeleireira e cresci neste meio, sempre fui apaixonada pela área da estética e saúde.

Caroline Carvalho: No Brasil trabalhava como coordenadora de eventos, depois quando emigrei trabalhei em uma lavandaria, em restaurante na cozinha, fiz limpeza, mas estava cansada deste tipo de trabalho, não me identificava. Como sabia arranjar unhas, (nós, brasileiras, – a maioria já “nasce” arranjando unhas) meu esposo me incentivou e me arranjou um trabalho como ajudante de estética, a necessidade do mercado foi me obrigando a evoluir e me apaixonei pela área. Fiz curso de massagista de estética, depois estive no Brasil e fiz faculdade de estética, mas minha paixão sempre foram as unhas. Especializei-me em unhas artificiais (gel, acrílico, acrigel e verniz gel) e, hoje, é a minha verdadeira profissão!
Trabalhei de 2005 a 2016 por conta de outrem e, em 2016, quase fui obrigada pelo meu esposo a empreender e a abrir nosso primeiro negócio: a Infinity Estética. Foi muito difícil porque não tinha muito dinheiro para investir, mas pouco a pouco fomos trabalhando e crescendo. Acredito e digo sempre que quem trabalha com seriedade, humildade e tem bom caráter, não tem como não evoluir. E, claro, não podemos descuidar de nos instruirmos e evoluir como profissionais com a formação.
Hoje, temos 6 anos e meio de casa aberta e graças a Deus tem sido muito promissor. Há 2 anos abrimos nossa academia de formação em parceria com uma marca, mas agora sou independente e tenho a minha própria academia de unhas: a Infinity Academy.
 
 

Gustavo Galves
Coordenador Pedagógico e Gestor de Formação da Estética in Foco Europe


O NEGÓCIO QUE TEM EM PORTUGAL JÁ TEVE NO BRASIL? SE SIM, QUAIS AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS.

Márcio Silva: Já tive o mesmo negócio no Brasil e posso dizer que as diferenças são inúmeras, desde o facto de no cabeleireiro cobrarmos os produtos em separado, algo que no Brasil não é habitual, pois geralmente trabalhamos com os chamados #combos”, com tudo incluído. Mas entre as diferenças quero ressaltar a fidelidade e o respeito do povo português ao profissional, algo que ao longo do tempo conquistei e o resultado disto é que cerca de 95% dos meus clientes serem portugueses.

Gustavo Galves: Sim, a Estética in Foco existe há 18 anos no Brasil, há 6 anos em Portugal e há 2 anos nos Estados Unidos da América. Cada local tem as suas particularidades, a estética vibra tanto no Brasil como em Portugal, mas estão em sintonias diferentes. O Brasil avançou com a estética profissionalmente há mais de 70 anos e teve há 4 anos a sua regulamentação, que traz consigo mais critérios e tudo mais, enquanto que Portugal infelizmente perdeu a regulamentação na profissão de estética, o que não significa que não voltará a ter (acredito e luto por isso.), mas temos duas estéticas diferentes, andando em sintonias diferentes, sempre digo que não há uma melhor que a outra.
Atuando no Brasil, na Europa e nos EUA digo que o ideal era a união e ter talvez o embasamento técnico científico do Brasil, as regras e leis dos EUA que protegem os clientes e os profissionais e o cuidado e a experiência da estética europeia, isso a meu ver, era o quadro perfeito.

Viviane Brito: Não.

Thiago Maya: Sim, tive um negócio semelhante no Brasil, porém com um conceito menor e diferente. No Brasil trabalhei sempre sozinho enquanto que, atualmente, em Portugal, somos 6 na equipe. Trabalhamos com um conceito super moderno ao ponto de sermos reconhecidos a nível nacional e internacional.

Elvis Fernandes: Não, vim para Portugal muito cedo, na altura tinha os meus 14 anos de idade.

Ângela Ferreira: Nunca tive, mas como já referi, cresci vendo a minha mãe administrando e gerindo seu cabeleireiro e uma loja de produtos cosméticos, o que me ajudou muito a criar minha empresa em Portugal.

Caroline Carvalho: Não tenho no Brasil (ainda!), mas é um desejo que arde no meu coração.




CONSIDERA QUE PORTUGAL É UM PAÍS QUE DISPONIBILIZA FORMAÇÕES INDICADAS PARA A SUA ÁREA DE NEGÓCIO?

Márcio Silva: Considero que Portugal disponibiliza formações indicadas para a minha área de negócio, os profissionais têm ao seu dispor diversas marcas de produtos que os acompanham neste sentido.

Gustavo Galves: Muitas ofertas, mas infelizmente muita má formação. Escolas antigas que não se adequam aos novos tempos, a liberação de formadores sem nenhuma experiência profissional para colocar profissionais no mercado e a falta de fiscalização pela DGERT faz com que tenhamos um mercado complicado. Cada um diz o que acha e inserem pessoas desinformadas no mercado de trabalho.

Viviane Brito: Existem muito boas formações, mas é um mercado em crescimento, no Brasil temos mais ofertas de formações.

Thiago Maya: Sim, Portugal oferece formações na área.

Elvis Fernandes: Sim, Portugal tem evoluído bastante na questão das formações de grandes profissionais. Conheço alguns barbeiros que dão formações e também algumas escolas e acompanhei praticamente do zero a aparição de escolas e a evolução de colegas de trabalho em Lisboa.

Ângela Ferreira: Portugal não oferece qualquer apoio ou condições para o crescimento na área da estética.

Caroline Carvalho: Considero sim! A minha área está em constante evolução, mesmo que não tenhamos a formação específica aqui, há sempre algum profissional daqui que vai tirar a formação fora ou traz profissionais de fora para poder trazer as técnicas mais avançadas para que tenhamos acesso aqui em Portugal.



Thiago Maya
Barbeiro, Fundador e CEO da Barbearia Maya


NA SUA OPINIÃO, OS PROFISSIONAIS DO SETOR DE BELEZA TÊM AS FERRAMENTAS NECESSÁRIAS PARA EVOLUIR EM PORTUGAL?

Márcio Silva: Na minha opinião, os profissionais do setor de beleza, em Portugal, têm sim as ferramentas necessárias para evoluir. Temos desde as formações técnicas, teóricas e inclusive na área de gestão do espaço e finanças da empresa, levo em conta também que Portugal busca sempre todos os anos trazer tecnologia e inovação para o setor.

Gustavo Galves: Sim, as ferramentas existem, mas é preciso orientação perita e o suporte de entidades para se evoluir.

Viviane Brito: Tem sim, basta dedicação e muito estudo. Para além disso, hoje em dia temos acesso à internet, que nos apoia e nos leva mais longe.

Thiago Maya: Claro que sim! Em Portugal temos tudo para evoluir cada vez mais, só falta mais eventos na área da beleza.

Elvis Fernandes: Na minha área eu acho que sim. As ferramentas que temos em Portugal chegam para termos grandes profissionais na área e diria que a única coisa que falta é só a força de vontade de cada um em querer ser cada vez melhor.

Ângela Ferreira: Não muito. A maioria tem que ir em busca em outros países. Sempre que temos novidades é sempre de fora.

Caroline Carvalho: Sim, têm! Infelizmente o que noto é que alguns profissionais ainda não têm acesso financeiro para evoluir mais e outros que têm possibilidade às vezes se acomodam, mas existem excelentes ferramentas para que sejamos excelentes profissionais aqui em Portugal.

 


COMO DEFINE O POVO E A CULTURA PORTUGUESA?

Márcio Silva: É um povo tranquilo e muito reservado, mas que quando sente o respeito e confiança (que o merece de todo), é capaz de retribuir de igual ou melhor forma, sem deixar nada a desejar.

Gustavo Galves: Maravilhosos. Cada cultura tem as suas raízes e traduções. Eu sou apaixonado por Portugal, por isso vim pra cá.

Viviane Brito: Um povo muito tradicional que mantem sua cultura.

Thiago Maya: Defino como um povo guerreiro que ama sua terra e suas culturas de uma forma muito forte. A cultura sempre será o amor ao seu povo regional.

Elvis Fernandes: É um povo esforçado e trabalhador, na minha opinião falta um pouco mais de ambição e coragem no que toca a investir nas suas áreas de trabalho. Se bem que nos últimos anos isso tem mudado bastante. Sobre a cultura, essa é fantástica! Portugal é um país onde muitos queriam viver, mas por alguns detalhes que já sabemos, muitas dessas pessoas optam por ir para outros países onde o salário mínimo é mais elevado.

Ângela Ferreira: Somente tenho a agradecer por tudo, tenho orgulho de ser filha de portugueses.

Caroline Carvalho: Ao meu ver, é um povo mais reservado, mas que tem abertas as portas e a mentalidade para muitos hábitos e cultura e que mantém a própria essência e cultura muito vincada. Uma cultura muito específica em cada região e com uma gastronomia maravilhosa.

 

Ângela Ferreira
Empresária e Professora de Estética Integrativa


SENTE-SE FELIZ E REALIZADO/A POR VIVER EM PORTUGAL?

Márcio Silva: Sinto-me sim, feliz e realizado por viver em Portugal. Consegui os meus objetivos, tenho uma situação financeira estável, constituí família e, o mais importante de tudo, respeito e sou respeitado por este povo maravilhoso que me acolheu e a quem tenho imensa gratidão.

Gustavo Galves: Muito. Não trocaria!

Viviane Brito: Muito! Gosto imenso do país, Portugal me acolheu e me sinto em casa aqui.

Thiago Maya: Sou sim muito grato por Portugal ter-me abraçado e sinto-me muito realizado em minha categoria, até porque, hoje, sou uma referência por conta dos meus clientes.

Elvis Fernandes: Fui muito bem recebido em Portugal, sou muito feliz aqui e não penso em voltar para o meu país de origem, pelo menos por enquanto. Me sinto em casa e tenho Portugal como minha segunda casa e povo português como meus irmãos.

Ângela Ferreira: Sim, muito.

Caroline Carvalho: Eu sinto saudades do meu país, mas sou muito feliz em Portugal, foi o país que me acolheu, onde empreendi e me sinto valorizada como profissional e empresária.

 

Caroline Carvalho
Master Educator & Nail Artist, Fundadora e CEO da Infinity Estética e da Infinity Academy


QUAL O MOTIVO QUE O/A FARIA VOLTAR PARA O BRASIL E DEDICAR-SE LÁ AO SEU NEGÓCIO?

Márcio Silva: Demorei 14 anos a voltar ao Brasil, em visita, pela primeira vez desde o dia em que cá cheguei e nada me faria voltar a viver no Brasil, nem mesmo para me dedicar lá ao meu negócio.

Gustavo Galves: Nada. Meu negócio é aqui, apesar de continuar no Brasil, não acredito em estar apenas local. Comecei no Brasil, ampliámos e vamos continuar assim. Mas meu pouso, minha casa, é, e acredito que sempre será cá, em Portugal.

Viviane Brito: Eu penso que nada. Nesse momento, meus projetos são todos em Portugal, o Brasil é a minha segunda casa onde me dedico apenas para férias.

Thiago Maya: Nada me faria voltar ao Brasil e fazer diferente. Faço e faria a mesma coisa aqui em Portugal.

Elvis Fernandes: Voltaria para o Brasil se fosse um regresso forçado, algo familiar ou então uma grande oportunidade de negócio onde eu pudesse olhar para um futuro mais risonho.

Ângela Ferreira: Não sei se voltaria. Pois ao longo de 32 anos fora do Brasil e viver, trabalhar e estudar em 4 países, tomei a decisão de escolher Lisboa como minha casa. Tive o cuidado de planear bem o meu futuro. Atualmente divido a minha vida pessoal e profissional entre os dois países e vivo bem!

Caroline Carvalho: Neste momento, a única coisa que me faria voltar ao Brasil seria pelo volume de trabalho, porque no Brasil os negócios bem estruturados faturam muito. O que eu faria seria investir lá, mas me manteria aqui em Portugal. Não me vejo a viver novamente no Brasil, só se fosse no Nordeste a beira-mar, mas isso são planos para depois dos 50 anos.


 


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