Sandra Sousa



Idealizava seguir design de moda, formou-se em Ciências da Comunicação, mas rapidamente se viu imersa no mundo da beleza e bem-estar. Hoje, Sandra Sousa desempenha um cargo de direção num Grupo que atua nas áreas da Estética, Bem-Estar e Saúde e que se revela moderno, inovador e versátil.





Damos início a esta conversa com uma viagem temporal até à sua formação académica. O que a motivou a seguir a área da comunicação? Que expectativas profissionais tinha nessa altura?   
Na verdade, tudo tem um fio condutor. A minha primeira opção era seguir design de moda, sempre foi o que me imaginei a fazer, no entanto (e muito bem) o meu pai, que sempre foi a voz da minha consciência, a mais pragmática, advertiu-me para a pouca opção de saídas profissionais – algo que, na minha opinião, todos os pais deveriam fazer. O curso de comunicação estava a iniciar-se e eu já vinha dessa área desde o ensino secundário. Tudo surgiu naturalmente, os meus planos sempre foram a curto e médio prazo, não crio muitas expectativas. Trabalho desde os 18 anos, por isso, as oportunidades foram surgindo.

O que impulsionou a entrada no setor de beleza e bem-estar?
No fim do curso, surgiu-me um convite para integrar o maior grupo português de franchising desta área, enquanto relações-públicas, que aceitei. Depois de passar os quatro anos do curso de Ciências da Comunicação num call center, a atender chamadas durante dez horas por dia, após o horário escolar, e depois dos estágios concluídos, este convite parecia-me bastante promissor e enquadrado na área da minha formação.




Fale-nos sobre o seu percurso profissional até chegar à Stetical Business.
Foram os 20 anos mais rápidos da minha vida! Com diversos percalços e muitas adversidades que me fizeram crescer pessoal e profissionalmente, mas, acima de tudo, foram anos de muito trabalho.
Estive ligada ao grupo de clínicas de franchising, do qual falei anteriormente, durante oito anos e, de repente, começaram a surgir convites para empresas concorrentes e inclusive para empresas que forneciam essa mesma rede de franchising. Um dos convites pareceu-me desafiante e aceitei. Afinal, era uma das maiores empresas do setor, na qual permaneci por sensivelmente sete anos. Aprendi imenso, conheci pessoas fantásticas que guardo para a vida, tive acesso a marcas de renome internacional e fiz parte da criação de novos projetos. Foi uma oportunidade fabulosa, mas faltava a componente humana que sempre idealizei. Assim, de uma equipa altamente motivada e que queria fazer a diferença na área (e faz!), surgiu a Stetical Business.







O que despertou a sua veia de empreendedora para desenvolver a Stetical Business?   
O timing certo com as pessoas indicadas, sempre com o objetivo de aprimorar aquilo que foi idealizado e sempre atenta a cada passo do percurso.

Quais as mais valias que a Stetical Business trouxe ao mercado da beleza profissional?
O mercado estava habituado a olhar para as opções existentes no setor quase como monopólios “de sempre”. Vemo-nos como um grupo de pessoas que trabalha para pessoas, o que se torna curioso quando comercializamos, entre outras coisas, tecnologia. Somos a opção humana para os nossos clientes, parceiros e colaboradores.

Numa área discreta como é a da estética/aparatologia, como foi a resposta dos profissionais ao vosso conceito mais irreverente?
Acha realmente que a área da estética é discreta? Então o erro é mesmo esse! Quando viajo para visitar as grandes feiras internacionais, não é nada discreto o que vejo. E, na verdade, o setor deveria ser tudo menos discreto. Quando anteriormente disse que tudo tem um fio condutor, não é em vão. A estética é um mix de saúde, bem-estar e beleza, e é assim que idealizamos esta área, mas é também de moda e tendências, e isso traduz-se em tudo o que fazemos. Assim, nestes sete anos de Stetical Business, o feedback não podia ser melhor! Mesmo com a pandemia que todos atravessamos, tivemos de nos reinventar. E, se isso nos torna irreverentes, então estamos no caminho certo!







Sabemos que a Sandra tem uma relação muito próxima com a música. Considera que, de certa forma, o seu gosto musical influencia a imagem da Stetical Business?
Com a música ou com um músico!? (risos)
Acredito que qualquer tipo de arte nos influencia. Tenho imensas referências, mas acho que sou muito mais influenciada pela música a nível pessoal do que profissional, de qualquer forma, sou humana e, como tal, não consigo dissociar ambos. Com a criação da agência InArtéria, coabitamos todos no mesmo espaço e isso permite-nos ter um contacto permanente com os projetos e artistas da agência. Quanto à imagem da Stetical Business (que sou fã, como é óbvio), é também o resultado de termos uma agência de comunicação – a Watermelon Concept Factory – a funcionar internamente. É a opção perfeita! Quando comunicamos fazemo-lo de dentro para fora e isso sente-se, certo? De contrário, não estaria neste momento a responder a esta questão...

Quais foram os maiores desafios e/ou aprendizagens desde que assumiu um cargo de direção nesta área?   
Nunca me deslumbrar e manter os pés na terra. Sou muito pragmática e realista, quero muito que sejamos melhores todos os dias.




Tendo em conta o período de pandemia que vivemos, que dificuldades surgiram nestes últimos dois anos e como é que a Stetical Business as ultrapassou?
A maior dificuldade com que nos deparámos foi a de não podermos estar diariamente em equipa, de forma presencial. No entanto, fomos capazes de encontrar formas de “estar” sem infringir os confinamentos. A pandemia uniu-nos ainda mais... posso dizer que somos a família que escolhemos. Trabalho com amigos e pessoas que têm os mesmos valores. Sou tão sortuda!

Quais os pontos que considera cruciais para o sucesso de uma empresa no mercado da beleza profissional?
Os mesmos que considero cruciais em qualquer outra área, os valores e o nível de dedicação e compromisso que estamos dispostos a despender.

O papel que desempenha na empresa ocupa-lhe mais tempo do que aquele que gostaria ou consegue facilmente conciliar com a vida pessoal?
Concilio tudo perfeitamente! Embora me considere um bocado workaholic, tenho aprendido a gerir esse pormenor e consigo disfrutar dos meus períodos de lazer.







Onde (ou em quem) é que procura inspiração para o sucesso dos seus projetos? Dentro do próprio ambiente de trabalho ou no seio familiar?
Os valores que os meus pais me incutiram são a minha base, nunca me esqueço disso. A minha inspiração são: o meu namorado, os meus amigos de sempre (e aqui também estão incluídas as pessoas com quem trabalho), as minhas viagens, a música e o meu dia a dia. Inspiro-me em tudo o que me faz ser melhor. Até os exemplos menos positivos me inspiram, mais que não seja a não os seguir.

Se colocarmos de lado a área de negócio em que a Sandra atua, a que outra gostaria de se dedicar?   
Não consigo dividir-me mais (risos), já viu as áreas de negócio em que nos envolvemos? Adoro o que faço, onde estou e o que sou!




Considera-se realizada a nível profissional ou sente que ainda falta conquistar algo?
Quero acreditar que tenho muito mais coisas para fazer, mas sou tremendamente realizada. E, se a minha vida terminasse hoje, muito do caminho estaria já percorrido e de forma muito feliz.

Existe algum projeto futuro que gostasse de partilhar com os leitores da Beautyland (ou é segredo)?
Habituámo-vos mal... sabem sempre de tudo em 1ª mão! (risos)
Na Stetical Business, o segredo não é a alma do negócio, mas sim as pessoas. Por isso, cada pessoa que se cruza no nosso caminho faz despoletar um novo projeto, mesmo que seja apenas um pormenor. Quem sabe o que mais virá por aí...


 


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